-Minha mente, que mais sentes?
-Sinto quem não receis.
-Na tarde que os dedos unem
As mãos descem inibidas.
A sensação estranha e arrepiante.
Nos faz um só.
A boca no vazio
Do escuro quente e amargo;
Medo, vergonha e timidez
Se escondem por os anseios.
Minha mente, que mais sentes?
-sinto quem não receias,
Que pela vergonha recuses.
De perto, os dedos que uni
Me recordam quantos afastei
Por aquele amor que ganhei.
Joana Pedrosa
-Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi.
-Na treva que as mãos repelem
os corpos crescem trementes.
Ao toque leve e ligeiro
O corpo torna-se inteiro,
Todos os outros ausentes.
Os olhos no vago
Das luzes brandas e alheias;
Joelhos, dentes e dedos
Se cravam por sobre os medos...
Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi,
quem pela escolha afastei.
De longe, os corpos que vi
Me lembram quantos perdi
Por este outro que terei.
Jorge de Sena
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