domingo, 28 de setembro de 2008

Reflexo

(...) Para a Mafalda, era mais um dia de escola difícil. A meu ver, ela tentava enfrentar a escuridão que a rodeava.
Vinha como sempre com umas cores escuras e com o olhar de raiva e de muito ódio que não conseguia disfarçar. Na sua face trazia um sorriso forçado e irónico, mas tentava que ele fosse o mais natural possível. Tinha uma imagem a manter, mostrar a sua superioridade àqueles que pensavam que eram tudo.
Para a Mafalda o problema daquela escola, no geral, era que nunca tinham visto o seu próprio reflexo com medo de desiludirem-se a si próprios.
-Cada um vira-se para onde pode!- dizia ela com o seu tom de ironia.
Ela revoltava-se com todas as atitudes infantis que a sua turma tinha. Não suportava o egocentrismo. Mas ela própria se tornara egocêntrica sem se aperceber.
-Estamos no 11º ano, o 5º já foi há muito tempo. Já deviam ter idade para reagir aos problemas de frente. - dizia a Mafalda revoltada com todas as situações que presenciava.
É inexplicável o ódio e a raiva que a Mafalda sente por tudo que a rodeia, do meu ponto vista.
-Olhem-se ao espelho, vejam o vosso reflexo!- proferia a Mafalda no momento de exaltação.
Para a Mafalda a imagem que as pessoas veriam reflectida no espelho seria a solução para mudarem.
(...)

(Esta narrativa não é um acontecimento em concreto, o narrador fala, no geral, sobre o que Mafalda pensa, tendo em conta todos os episódios passados e assistidos por ele. )