domingo, 7 de junho de 2009

Deslumbramentos

Milady, é perigoso contemplá-la,
Quando passa aromática e normal,
Com seu tipo tão nobre e tão de sala,
Com seus gestos de neve e de metal.

(....)

Eu ontem encontrei-a, quando vinha,
Britânica, e fazendo-me assombrar;
Grande dama fatal, sempre sozinha,
E com firmeza e música no andar!


O seu olhar possui, num jogo ardente,
Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;
Como um florete, fere agudamente,
E afaga como o pêlo de um regalo!

Seleccionei o poema “ Deslumbramentos”, de Cesário Verde e retirei três estrofes, que se encontram transcritas em cima.
Este poema representa uma das temáticas abordadas por Cesário: a mulher.
Cesário faz uma distinção muito clara acerca desta temática: a mulher da cidade caracteriza-se por uma mulher fatal. A mulher do campo, por outro lado, retrata a ingenuidade feminina.
O poema faz referência a uma mulher citadina e a uma possível paixão de Cesário.
Cesário inicia o seu poema com uma apóstrofe “Milady”, o que por si só indica-nos que Cesário dirige-se a uma mulher aristocrática, de um estatuto social superior.
Esta apóstrofe, talvez com um pouco de ironia da parte de Cesário, volta a ter ênfase quando cita “ Eu ontem encontrei-a, quando vinha, / Britânica, e fazendo-me assombrar;”.
Cesário diz que a mulher da cidade é uma mulher fatal, no poema são visíveis alguns desses traços, nomeadamente, quando ele escreve “Grande Dama fatal, sempre sozinha, / E com firmeza e música no andar.”, na qual consigo interpretar que a Mulher tem um grande poder de beleza e sensualidade que atrai todos os homens de uma forma de paixão, mas que consegue dominá-los com o seu olhar.
“O seu olhar possui, num jogo ardente, / Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo”, estes versos contemplam a afirmação em cima mencionada. O olhar da “Milady” é caracterizado de uma forma antagónica, pois seduz e encanta com a sua beleza angelical, no entanto fere, magoa, despreza o sujeito poético, que, à sua passagem, se deixa ficar na sombra.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Cesário Verde como Eça de Queirós

O realismo de Cesário equipara-se ao de Eça de Queirós que retrata a nossa sociedade com um eufemismo esplêndido.
Cesário é indubitavelmente um realista que quer trespassar para as suas estrofes o que capta do real usufruindo, principalmente, das suas capacidades sensoriais.Cesário acumula os pormenores das sensações de uma forma objectiva, que permite ao leitor interpretar o poema com uma subjectividade fenomenal.
A partir desse aspecto, pode afirmar-se que Cesário não é apenas um realista, mas também um impressionista.
Os pormenores distinguem Cesário como o mestre, para assim caracterizarem os seus versos como «magistrais».

sábado, 28 de março de 2009

Alexandre Herculano

Alexandre Herculano foi um poeta, jornalista, historiador e escritor português da era do romantismo.

Nasceu em Lisboa por volta de 1810 e terá falecido em 1877, em Santarém.

A sua infância e adolescência foi marcada pelo período histórico das invasões francesas.

Frequentou até aos 15 anos Colégio dos Padres Oratorianos de S. Filipe de Néry, onde recebeu uma formação de índole clássica.

Em 1831, por razões alheias, Alexandre participa na revolta de Regimento nº4 de Lisboa, contra o governo ditatorial de D. Miguel I e é obrigado a emigrar para Inglaterra.

Foi nomeado, em 1839 , director das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda.
Em 1944, publica aquela que viria a ser considerada a maior obra do Romantismo Histórico de Portugal, do século XIX, Eurico, o presbítero.

Foi, além de um dos mais importantes escritores portugueses do século XIX, o renovador do estudo da história de Portugal.

Alexandre Herculano e Almeida Garret são os introdutores do Romantismo em Portugal.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Bernardim Ribeiro

Relativamente a Bernardim Ribeiro as informações sobre o seu paradeiro são muito vastas.
Presume-se que tenha nascido na Vila de Torrão,no Alentejo em data incerta.
Bernardim Ribeiro foi um importante escritor português renascentista e ficou célebre com a sua novela " Saudades", mais conhecida por " Menina e Moça".
Para além deste feito ficou conhecido por introduzir o Bucolismo em Portugal.
Algumas das suas poesias foram inseridas no Cancioneiro Geral de Garcia Resende. É-lhe atribuída por alguns a autoria da écloga Criftal, assinada por Cristóvão Falcão.
Os temas das suas obras andam à volta da infelicidade amorosa.
Calcula-se que tenha falecido em 1552.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Discurso Político. José Sócrates.

Em suma, dos discursos políticos que procurei não foi uma escolha fácil de decidir qual comentar e apreciar a sua forma como se dirige ao auditório. Todos parecem suscitar o meu interesse e enquanto auditório quase que me convencem.
Após muita procura e comparações optei pelo discurso de José Sócrates, o nosso estimado primeiro-ministro.
Dos vários discursos proferidos pelo nosso primeiro-ministro, achei este mais o adequado pela época em que nos encontramos, o discurso de final de ano do mês de Dezembro de 2007, retratando o trabalho desenvolvido no ano 2007 e a desenvolver no ano 2008.
Numa primeira perspectiva, o nosso primeiro-ministro, no discurso apresentado faz uma breve introdução apelando a atenção do auditório, elogiando-o. E ainda, sem grandes pormenores, apresenta um desenvolvimento bem estruturado, como o discurso em si, e uma conclusão comovente, fazendo um primeiro-ministro preocupado.
Analisando o discurso, mais detalhadamente, podemos constatar que José Sócrates desde o primeiro instante que começa a discursar a função que mais utiliza é emotiva. Tentando sempre aderência do auditório, sensibilizando este: " Há quem diga que tudo isto é pouco ou que conta pouco. Será sempre pouco, é verdade, para quem não precisa ou para aqueles que apenas insistem em desmantelar a protecção social que o Estado tem a obrigação de garantir na nossa sociedade."
Visto que, apesar de emocional, José Sócrates consegue um discurso bem estruturado e utilizar as restantes funções da linguagem.
Concluindo, José Sócrates utilizou uma linguagem muito bem escolhida, conseguindo ser perceptível por qualquer classe social portuguesa, o que é extremamente importante na aderência do auditório.
"A todos os portugueses quero desejar Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Boas Festas.", faço minhas as palavras dele.